TRABALHADORAS DA VITROHM EM GREVE CONTRA AS DISCRIMINAÇÕES SALARIAIS ENTRE MULHERES E HOMENS!As mulheres trabalhadoras da Vitrohm Portuguesa, do grupo multinacional chinês Yageo, estiveram em greve na sexta feira, dia 15 de Maio, A partir das 14h00, junto ao portão da fábrica em Trajouce, para exigirem salários iguais aos dos seus colegas, homens, que embora realizem trabalho igual auferem vencimentos superiores e cuja diferença atinge, nalguns casos, os 500 euros mensais. 

A greve teve como objectivo, exigir da direcção da Vitrohm o cumprimento integral do parecer aprovado, em 5 de Novembro do ano passado, pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), que confirmou a existência de discriminações em função do género e recomendou à direcção da empresa que uniformizasse os salários entre mulheres e homens do mesmo grupo profissional e criasse a possibilidade de as trabalhadoras terem acesso a profissões qualificadas, técnicas e de chefia.

A Vitrohm fabrica resistências eléctricas destinadas a equipamentos eléctricos e electrónicos. Emprega 130 trabalhadores, dos quais 80 são mulheres, quase todas adstritas à produção e classificadas de operadoras especializadas. Todas auferem salários entre os 600 e os 680 euros, conforme a sua posição na carreira profissional, enquanto os trabalhadores homens, com as mesmas funções, chegam a auferir 1200. 

Como a CITE confirmou, os homens são admitidos na empresa no topo da carreira, sempre com salários superiores e alguns profissionais especializados auferem salários superiores a mulheres altamente qualificadas, caso de Engenheiras, que são discriminadas apenas pelo facto de serem mulheres. Por outro lado, as mulheres são excluídas do acesso a profissões qualificadas, técnicas ou de chefia, sendo-lhes reservadas as tarefas de mais baixa qualificação independentemente das suas habilitações académicas ou da experiência profissional.

Acresce que muito embora a Vitrohm tenha acumulado lucros superiores a 6 milhões de euros nos últimos quatro anos, os salários dos trabalhadores ou não forma aumentados ou tiveram actualizações, no mesmo período, que não excedem os 15 euros mensais. 

Durante a concentração os trabalhadores aprovaram uma exposição a enviar à administração chinesa do Grupo Yageo.