O largo da Assembleia da República revelou-se pequeno para acolher as duas manifestações que partiram do Largo do Camões e da Estrela, confluindo esta manhã para o Parlamento.

No dia da votação final do Orçamento do Estado para 2025 (OE/25), que contou com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP e a abstenção do PS, foi bem audível o protesto dos trabalhadores e ativistas sindicais. No largo da Assembleia, entoaram: “Trabalhadores dizem não ao Orçamento do Patrão!”

Rita Banco, da Interjovem, destacou na sua intervenção que este orçamento apenas “oferece” aos jovens trabalhadores instabilidade no trabalho, vínculos precários, baixos salários e o desperdício das suas capacidades e qualificações, tornando inviável a permanência dos jovens no país e comprometendo o seu futuro.

O Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, criticou o posicionamento do PS ao viabilizar o orçamento, afirmando:

“Colocando em cima da mesa duas linhas vermelhas que nunca o foram, abriu caminho para que alguns, como a IL e o CH – que sabemos muito bem ao que vêm – encontrassem terreno fértil. Este também é o orçamento da IL e do CH, os mesmos que, no que toca a retirar direitos a quem trabalha, atacar os serviços públicos ou proteger os interesses de quem já tem muito, sempre se posicionaram ao lado desses interesses.”

No final da manifestação, foi aprovada uma resolução com as principais reivindicações e a garantia de que a luta continuará:

  • Pelo aumento geral e significativo dos salários em 15%, com um mínimo de 150 euros;
  • Pelo aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 1.000 euros em janeiro de 2025;
  • Pela implementação das 35 horas semanais para todos;
  • Pelo fim da precariedade;
  • Em defesa da contratação coletiva e da reposição do princípio do tratamento mais favorável aos trabalhadores;
  • Em defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, pelo direito à saúde, educação e habitação.

A CGTP-IN reforçou o compromisso de intensificar a luta nas empresas e nos locais de trabalho!