No âmbito da 10ª. Edição da semana da Igualdade que decorre de 6 a 10 de Março, a CIMH da CGTP lançou um estudo sobre a  a situação da mulher no trabalho em Portugal e refere que a situação está a deteriorar-se. 

O desemprego está a aumentar, o emprego é cada vez mais precário e mal pago.

A taxa de desemprego sobe particularmente  entre as jovens trabalhadoras com menos de 25 anos chega aos 20,5%, enquanto os jovens situa-se nos 19,4% e em termos do desemprego de longa duração 44,6% estão desempregadas há um ano ou mais face a 38,9% entre os homens.

Ao nível da  protecção social – Mais de 60% das trabalhadoras desempregadas têm prestações de desemprego até 500 euros, portanto inferiores ao limiar de pobreza (551 euros).

Ao nível da precariedade do emprego, este tem aumentado em termos globais de 16,2% para 17,2% no 4º trimestre, mas sendo ainda mais elevada entre as mulheres (17,8%), que representam mais de metade dos trabalhadores com vínculos precários (53,5%).

A desigualdade salarial persiste, os salários das mulheres trabalhadoras são ainda mais mal pagas que os homens trabalhadores, tendo salários base 13% mais baixos, numa diferença que com base nos Quadros de Pessoal de 2021 (dados mais recentes) atingiu os 153 euros, em média, mas que entre os quadros superiores rondou os 600 euros.

O salário mínimo atinge cerca de 30% das mulheres trabalhadoras do sector privado aufere apenas o salário mínimo nacional, face a 23% dos homens trabalhadores.

Os longos horários de trabalho e a sua desregulação têm efeitos na natalidade e nas condições de vida e de trabalho. 
Perto de 1 milhão e 800 mil dos trabalhadores por conta de outrem trabalham por turnos, à noite, ao sábado ou domingo ou numa combinação destes tipos de horários, 872,6 mil dos quais são mulheres (49% do total). Mais de 737 mil mulheres trabalham ao Sábado, cerca de 484 mil ao Domingo, perto 409 mil ao serão, 320 mil por turnos e 157 mil à noite. .

Por trás destes dados estão mulheres, que contribuem de forma significativa para o país avançar mas que são sistematicamente esquecidas e desvalorizadas pelo trabalho que fazem, é preciso mudar de rumo para a igualdade avançar.