A União dos Sindicatos de Lisboa integra a Plataforma Lisboa em Defesa do SNS. Promoveu no dia 17 de Fevereiro a partir das 10h00 uma concentração à porta do Centro de Saúde (CS) de Algueirão Mem-Martins, este CS foi escolhido de forma simbólica, pois 29 025 utentes - 74,5% deste CS não tem médico de família.
É inadmissível e desumano a dificuldade com que diariamente os utentes são sujeitos para conseguirem uma consulta de Medicina Geral e Familiar, tendo que estar a partir das 4h00 da manhã, ao frio, agravando ainda mais as suas condições de saúde denunciou Isabel Barbosa, do SEP porta voz da Plataforma Lx em Defesa do SNS.
Este Centro de Saúde foi inaugurado há 3 anos, mas falta o principal: médicos, enfermeiros e outros profissionais. O concelho de Sintra tem também uma elevada taxa de utentes sem médico e de família, 34,23%, 124 025 utentes (Novº 2024).
O Hospital Amadora-Sintra há muito tempo que apresenta problemas de subdimensionamento, atendendo que os concelhos de Sintra e Amadora têm mais de 396 000 e de 174 000 habitantes, respetivamente, de grande heterogeneidade e com camadas significativas de pessoas muito vulneráveis.
Os privados não são solução, reafirma a porta-voz da Comissão de Utentes de saúde de Sintra - Paula Borges, denunciou o número de hospitais e clínicas privadas que proliferam no concelho de Sintra, mas que a maior parte da população não tem acesso.
No comunicado entregue aos órgãos de comunicação social, é realçado o facto de o Estado contratualizar com alguns estabelecimentos privados de saúde através do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) - por exemplo os tempos de espera no hospital da CUF de Sintra é 12,5% superior ao Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) e no Trofa Saúde – Hospital Amadora é de 50,2% maior.
As unidades de saúde modelo C também não são solução, são outra forma de o Governo financiar os privados, retirar capacidade de resposta aos cuidados de saúde primários, contribuindo para o desmantelamento do SNS. É preciso travar esta política predatória dos privados que veem na saúde uma fonte de negócio.
Célia Portela da USL/CGTP-IN encerrou a iniciativa, saudando todos os ativistas presentes nesta ação de protesto afirmando que a solução está com um SNS forte, só assim se garante o acesso Universal a Cuidados de Saúde que a Constituição da República consagra.