A FECTRANS e um conjunto de outros sindicatos, convocaram greve de 48 horas para os dias 7 e 8 de Maio na CP.
Esta greve acontece depois das várias organizações sindicais não aceitarem a imposição do aumento salarial inferior ao do salário mínimo nacional e de posteriormente terem dado acordo à última proposta apresentada pela administração da empresa (no dia 24 de Abril) mas que dois dias depois, o presidente da CP comunicou que não o podia implementar por falta de autorização do governo, argumentando que este está em gestão e que não pode decidir sobre o acordo, que é (apenas) suportado pelo orçamento da empresa.
Os sindicatos têm estado empenhados em resolver este problema, no dia 24 de Abril; flexibilizaram as suas posições e aceitaram algumas alterações (propostas pela empresa) ao relatório final, posteriormente entregue ao governo, de modo que as soluções tivessem acolhimento no Orçamento da CP, mas pelos vistos não tiveram eco na procura de solução o que evitaria mais conflitos laborais na empresa.
Foi ainda realizada uma reunião com a Secretária de Estado da Mobilidade, que reconheceu os argumentos das organizações de trabalhadores, mas não foi ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e, assim, pôr termo ao conflito e evitar as greves anunciadas.
Até ao dia 24 de Abril, os sindicatos fizeram um esforço significativo para alcançar um acordo. Demonstrámos flexibilidade para que o entendimento alcançado pudesse ser enquadrado no orçamento da CP para este ano, sem recorrer a verbas extraordinárias do Orçamento do Estado.
A FECTRANS denuncia no comunicado que cabe ao Governo cumprir a sua parte, aplicar o que foi acordado e evitar o conflito na CP.
Segundo os sindicatos, as receitas da CP aumentam, cresce o número de passageiros e de comboios em circulação, mas os salários dos trabalhadores — os verdadeiros responsáveis pelos bons resultados da empresa — continuam estagnados. É tempo de deixar claro: sem trabalhadores não há serviço ferroviário.
Todos reconhecem que o aumento salarial é essencial para resolver o problema estrutural da CP: a dificuldade em contratar e manter trabalhadores. Por isso, está nas mãos da administração e do Governo contribuírem para essa solução, em vez de continuarem a adiar o inevitável.