SEMANA ESCLARECIMENTO

Quatro organizações de trabalhadores do Metropolitano de Lisboa – STRUP/FECTRAS; STTM; SINDEM e SITRA, endereçaram uma carta ao Presidente da República Portuguesa, 1º Ministro do Governo de Portugal, Ministro do Ambiente, Ministro das Finanças, Presidente da Câmara de Lisboa, Presidente da Câmara de Loures, Presidente da Câmara de Odivelas, Presidente da Câmara de Amadora, onde, novamente, alertam para o estado de degradação no serviço prestado pelo Metro de Lisboa e identificando as causas.

 

“…tomámos a iniciativa de enviar esta missiva para relatar e manifestar a nossa preocupação com um conjunto de factos que consideramos de extrema importância, que colocam em causa o serviço público oferecido à população da Área Metropolitana de Lisboa e que em nosso entender colidem até com questões de segurança, problemática pela qual o Metropolitano deve primar o seu serviço, que tem andado arredado da excelência a que habituou os seus utentes.”

Assim não podemos aceitar que se encontrem imobilizadas mais de 30 Unidades Triplas, das 111 que a empresa possui para utilizar no seu serviço de transporte. Tal situação implica uma supressão do número de comboios em linha aumentando o intervalo entre composições, o tempo de espera e o desgaste antecipado de alguns componentes do próprio material circulante”.

Todos sabemos que esta situação resulta de uma política de desinvestimento que pretendeu entregar o serviço público prestado pelo Metro a entidades privadas, onde foram cerceados todos os incrementos de capital para reposição e/ou substituição de equipamentos em final de vida, onde foram reduzidas as intervenções de manutenção do material circulante,  onde foram implementadas medidas de diminuição de efectivos, onde foram minoradas as intervenções ao nível do equipamento das estações (nomeadamente escadas mecânicas e elevadores), etc.

Sendo esta a verdade, não podemos deixar de recordar que o actual executivo governamental está em funções desde 2015, e apesar de já algo ter sido feito, muito ainda existe por realizar e o tempo urge, não se compadecendo com qualquer hesitação no planeamento do capital humano e material a que uma empresa estratégica (como o é o Metropolitano de Lisboa) tem que estar sujeita. Planeamento esse que nos parece ser muito deficiente, ou mesmo inexistente.

Neste oficio, são identificadas um conjunto de situações que urgem resolver para melhorar o serviço prestado, tais como:

  • Falta de efectivos na área operacional da manutenção, levando à imobilização no imediato de mais de 30 UT’s – não sendo difícil prever o seu aumento para cerca de 40 UT’s a curto prazo;
  • Falta de materiais (peças/equipamentos) para reposição da operacionalidade dos comboios, nomeadamente ao nível das portas. A circulação com este tipo de avaria levanta questões muito graves relacionadas com a segurança dos passageiros;
  • Deficiente iluminação no cais e sujidade/inoperância dos monitores de apoio à tarefa de abertura/fecho de portas realizada pelo maquinista;

    Estes são apenas alguns exemplos dos problemas que são uma preocupação constante de todos os que lidando com o público, tripulando comboios, fazendo a manutenção das infraestruturas e do material circulante, trabalham naquele que foi considerado durante vários anos, o melhor serviço de transporte. Porque deixou de o ser?