TRABALHADORES DAS CANTINAS EM LUTA!Os trabalhadores das cantinas, concentrados no dia 17 de Outubro, junto à sede das empresas ITAU e GERTAL — Grupo Trivalor,  exigiram aumentos salariais dignos e a negociação séria do contrato coletivo de trabalho. Considerando que a associação patronal, AHRESP, diz que está disponível para negociar com a FESAHT mas, adia sucessivamente as reuniões, podendo este comportamento ser entendido como má fé negocial. As trabalhadoras e trabalhadores que preparam, confecionam e distribuem a alimentação, trabalham para empresas ITAU e GERTAL, já não têm aumento salarial  há 4 anos consecutivos, recebem assim salários de miséria que, na sua maioria, após os respetivos descontos, recebem menos que o salário mínimo nacional. Estas empresas concorrem aos concursos públicos de concessão de serviço de refeições no Estado (Escolas, Hospitais, IEFP, Prisões e outros serviços) e nas empresas privadas, sobretudo em Fábricas ou escolas e universidades privadas ao fazê-lo avançam com propostas de valores por refeição, que sabem ter muita dificuldade de cumprir e depois aumentam a exploração dos trabalhadores para compensar os preços baixos que fazem.

 

Além disso estas empresa,  violam direitos fundamentais dos trabalhadores, impõem horários de dozes horas diárias, não pagam devidamente o subsidio noturno, não pagam o subsidio de alimentação no subsídio de férias, não respeitam carreiras e categorias profissionais. As empresas de alimentação coletiva impõem a precariedade como regra geral nas relações de trabalho com o único objetivo de aumentar os lucros. Nas cantinas escolares, mais de 90% são trabalhadores precários. Todos os anos são despedidos em Junho e são novamente contratados em Setembro. No ano letivo em curso o grupo Trivalor (ITAU/GERTAL) ganhou a concessão das cantinas escolares, contratou a maioria das trabalhadoras através das empresas de trabalho temporário. Este ano letivo reduziram horários e o número de trabalhadores por unidade; não respeita a carga horária mínima de 4 horas diárias, não reclassifica as cozinheiras como 2ª, nem reclassificou as trabalhadoras que fazem 40 horas, que ajudam as cozinheiras, como preparadoras, de acordo com o CCT. Os sindicatos têm feito todos os esforços para obter da AHRESP aumentos salariais e a negociação do Contrato Coletivo de Trabalho mas a associação patronal aposta numa politica de salários miseráveis e más condições de trabalho. Entretanto, o custo de vida aumenta brutalmente e os trabalhadores não conseguem fazer face aos seus compromissos pessoais e familiares. Esta situação tem de ser invertida, urgentemente, sob pena dos trabalhadores deixarem de poder viver com o mínimo de dignidade. As empresas e a sua Associação Patronal AHRESP, recusam-se a negociar o Contrato Coletivo de Trabalho e mantêm assim congelados os salários dos trabalhadores.

Por isso, os trabalhadores presentes nesta concentração exigiram:


1.    Aumentos salariais de 3%, no mínimo 30 euros;
2.    Emprego seguro, sem precariedade e com direitos;
3.    Remuneração e categorias profissionais de acordo com as funções exercidas;
4.    Respeito pelos quadros de densidades do CCT;
5.    Pagamento do subsídio noturno de acordo com o CCT e pagamento dos retroativos devidos;
6.    Pagamento do subsídio de alimentação no subsídio de férias de acordo com o CCT;
7.    Que as empresas ITAU e GERTAL respondam e resolvam os problemas colocados pelos seus representantes sindicais;
8.    Que a ITAU e GERTAL, cumpram a promessa de se empenharem junto da sua associação patronal AHRESP, para que se efetuem negociações sérias para o contrato coletivo de trabalho e aumentar os salários;
9.    Caso a associação patronal AHRESP não dê andamento ao processo negocial e revisão do CCT as empresas GRATAL e ITAU negoceiem um Acordo de Empresa.