Isabel CamarinhaComo referimos no nosso projecto de Programa de Acção, o trabalho precário representa uma das formas de aumentar a exploração, reduzindo custos, atirando um número crescente de trabalhadores (jovens e menos jovens) para uma instabilidade laboral que se reflecte na instabilidade das suas vidas. Os muitos milhares de vínculos precários para postos de trabalho permanentes vão desde os contratos a termo (ao dia, ao mês, à tarefa), à falsa prestação de serviços (recibos verdes), aluguer de mão-de-obra, recurso a estágios profissionais, contratos de emprego-inserção, trabalho temporário, outsourcing… No nosso Distrito, nos últimos 4 anos generalizou-se ainda mais o recurso à precariedade, sendo que 1 em cada 5 trabalhadores por conta de outrem tem hoje um vínculo precário, atingindo já mais de 225 mil trabalhadores, dos quais 7 em cada 10 são jovens (e estes são os números que conseguimos contabilizar, pois das estatísticas não constam os milhares de falsos recibos verdes). No total os vínculos precários atingem de forma quase igual mulheres e homens mas quando analisamos os contratos dos trabalhadores com menos de 25 anos verificamos que as jovens mulheres são particularmente atingidas pela precariedade, sendo que 8 em cada 10 trabalhadoras com menos de 25 anos têm vínculo precário.

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